O mesmo demônio com duas máscaras
Um tanque soviético e uma suástica.
Dois símbolos que mataram a liberdade em nome da “redenção”.
Diferentes nas cores. Iguais no espírito.
Marx falava de justiça. Hitler de grandeza.
Ambos prometiam o paraíso. Ambos abriram as portas do inferno.
O primeiro sonhava com o fim da propriedade.
O segundo, com o império da raça.
Mas os cadáveres não perguntavam quem tinha razão — só apodreciam no mesmo solo.
Dizem que o nazismo é de “extrema-direita”.
Dizem que o comunismo é de “esquerda”.
Dizem.
Mas a verdade, como sempre, não cabe na moldura de um programa de TV.
Ambos odiavam a alma humana.
Ambos reduziram o homem a engrenagem.
Apenas trocaram o uniforme do carrasco.
Hitler lia Nietzsche.
Stálin lia Marx.
Ambos queimaram igrejas.
Ambos precisavam de um inimigo: o capitalista judeu, o burguês reacionário, o padre que ainda ousava pregar sobre o inferno — aquele que eles haviam tentado apagar da memória coletiva.
Ambos odiavam a cruz.
O “novo homem”.
Essa foi a maldição de dois séculos.
A ideia de que o ser humano pode ser moldado como massa, educado como animal, domesticado como um cão de partido.
Marx queria isso. Hitler também.
Só discordavam sobre quem deveria segurar o chicote.
Eric Voegelin não tinha ilusões:
“As ideologias modernas são seitas gnósticas disfarçadas de ciência política.”
Eles não querem reforma.
Sem Deus eles querem salvação.
Sem misericórdia eles querem justiça.
Pela força eles querem unidade.
E você, leitor, continua achando que “é só uma questão de espectro político”?
Não é.
É uma questão de alma.
Ou ela é livre...
ou ela é propriedade do Estado.
Fontes recomendadas:
– Eric Voegelin, "A Nova Ciência da Política"
– Russell Kirk, "The Roots of American Order"
– Hannah Arendt, "As Origens do Totalitarismo"
– Olavo de Carvalho, "O Jardim das Aflições"
– Nicolás Gómez Dávila, Escolios a um Texto Implícito